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Capítulo 9 - Goblins


Olá leitor, não esqueça de deixar seu comentário no fim do capítulo. Assim eu também posso conhecer sua opinião :D

 

Oasis Springs, 1941.

As estranhas criaturas faziam ruídos sibilantes que dariam calafrios na espinha do agente mais experimentado. Celina percebeu rapidamente que não haveria outra saída além de usar sua magia. Concentrou seus poderes em uma pequena bola de energia e disse a Logan:

- Acredito que este é um bom momento pra te contar que eu sou bruxa.

- Melhor impossível - disse ele, assumindo uma posição defensiva enquanto sacava a arma do coldre.

- Não atire pra matar. Não sabemos o que são essas coisas.

- Farei o possível...

O momento tenso se prolongou enquanto as criaturas os observavam, avaliando-os. Então com um grito agudo, a mais esguia delas avançou.

Ela era rápida e conseguiu desviar dos primeiros tiros de Logan. Como que em uma coreografia, as outras cobaias, se espalharam, cercando-os, enquanto Celina e Logan faziam o possível para proteger a retaguarda um do outro.

Apesar de rápidos, Logan conseguiu ajustar a mira e derrubar um, enquanto Celina acertava outro no lado oposto. Entretanto, para ela aquela batalha estava se mostrando mais desgastante do que o previsto. Concentrar e disparar seus poderes em bolas de energia consumia mais de si mesma do que ela poderia se lembrar. Em um de seus disparos, ela acabou se desequilibrando e se apoiando em Logan, que acabava de acertar o segundo ser.

A última criatura de pé, a maior das quatro, aproveitou o momento de fragilidade de Celina e pulou, num ataque desesperado e feroz. Mas no momento em que a cobaia saltou em ataque, Logan virou e disparou três tiros letais naquele que parecia ser o líder daquele bando.

Por alguns minutos, apenas silêncio pode ser ouvido na gruta esquecida.

Logan abaixou-se para ajudar a parceira a levantar. Era estranho vê-la em uma posição vulnerável, Celina parecia sempre pronta para enfrentar qualquer coisa. Mas ele sabia o quanto o uso da magia podia esgotar uma bruxa. E a agente não havia poupado esforços naquela luta. Na verdade, mandar mais de uma daquelas bolas de energia de maneira seguida, por si só já era um feito impressionante. Logan soube que estava na presença de uma bruxa extremamente poderosa.

- Como você se sente, consegue caminhar?

- Sim, eu já estou praticamente nova em folha… Mas se você não estivesse aqui… Obrigada, Logan.

- Não precisa me agradecer. Sei que faria o mesmo na minha situação.

Celina refletiu por um momento e viu que era verdade. Não se lembrava da última vez que havia confiado em alguém tão rapidamente.

- Faz um longo tempo desde que estive ativamente em uma luta. Acho que talvez devesse voltar a praticar.

- Celina, o que você fez foi impressionante. Nunca vi uma bruxa conseguir fazer algo parecido.

- E já viu muitas bruxas?

- Bem… Na verdade, sim. Minha mãe adotiva é bruxa. Vi algumas durante a minha juventude.

Celina arquivou aquela informação como mais uma peça do quebra-cabeças que era o detetive Logan Evans.

- De qualquer forma, você merece minha gratidão. Salvou minha vida.

- Não devemos nada um ao outro, Celina. Entramos nisso juntos.

Celina encarou os olhos cinzentos de Logan e dessa vez, foi ela quem tomou a iniciativa.

- Muito bem, detetive, temos um caso para encerrar. Vamos dar o fora daqui.

Quando o caso da família Breton foi encerrado foi muito comemorado pelos policiais, empregados de Oasis Springs. Nos arquivos que Celina e Logan descobriram na alcova vampírica havia vários documentos ligando Michael Brown, um oficial da reserva, com a operação da empresa Nosfera S.A. Também havia cartas endereçadas a Anette desse oficial, tentando explicar os motivos que o levaram a ordenar a execução do casal. Ao final, apesar de responsável pela experiência perigosa, Anette, filha de Vlad, não teve nada a ver com o assassinato do casal Breton. Isso foi inteiramente obra de uma mente humana.

Três dias depois...

Aquele era o último dia de Celina em Oasis Springs. Depois de lidar com a equipe de principiantes que a Agência havia mandado para recolher as provas da caverna, levar as cobaias restantes para um lugar seguro e preencher tantos relatórios quanto possível, ela estava enfim livre.

Como forma de comemorar o encerramento bem sucedido da missão, Logan a havia convidado para um jantar de despedida em sua casa. A casa em questão era uma construção modesta, mas ainda assim perto do centro de Oasis Springs. Por que Logan vivia num lugar tão acanhado?

A resposta não tardou em chegar. Assim que a recebeu na porta Logan disse:

- Sim eu sei, o lugar é minúsculo, mas minha mãe tem apego emocional a essa terra e pediu que tomasse conta até ela voltar de Al Simhara.

Celina não prestou atenção em muito mais, mesmo. A casa apesar da decoração espartana, era acolhedora. Um reflexo do dono. E o cheiro vindo da cozinha era muito bom.

A comida, mesmo simples, estava tão boa quanto o cheiro. No meio do jantar, Celina achou melhor abordar o assunto sério da noite:

- Logan, eu telefonei para os meus superiores, um telefonema muito longo e contei sua história, assim como sua participação crucial nessa investigação. Tenho que te dizer que eles já suspeitavam que você poderia ser um sobrenatural, mas não tinham certeza de nada.

Logan permaneceu sério esperando a conclusão daquilo. Estava preparado para aceitar as consequências fossem elas quais fossem. Estava cansado de viver nas sombras.

Celina continuou:

- O fato é que, assim como eu, eles ficaram muito impressionados com a sua atuação. E me pediram para convidá-lo para uma conversa na sede da A.G.A., em Windenburg. Acredito que eles querem te oferecer uma posição. Eu bem sei que estamos em falta de bons agentes.

Logan tomou a mão de Celina e disse olhando fixamente para ela:

- Celina, eu não tenho palavras para te agradecer. Se isso realmente se concretizar, é a oportunidade de uma vida.

Logan permaneceu com as mãos de Celina entre as suas por um longo momento e a atmosfera amigável se transformou. A eletricidade entre os dois ainda estava ali, meio que adormecida, só esperando uma faísca pra incendiar.

- Pra ser honesta, detetive, eu tenho algumas ideias de como você poderia me agradecer… - ela disse se aproximando do ouvido de Logan.

Ele não recuou, pelo contrário. Envolveu Celina pela cintura e respondeu também ao pé do ouvido dela:

- Tenho certeza que suas ideias serão ótimas como de costume.

Os dois então se uniram em um beijo arrebatado, e, em um acordo tácito, foram indo meio aos tropeções em direção ao quarto, largando peças de roupa pelo caminho, sem nunca se afastar muito um do outro. Era como se todas as horas de tensão daquela semana finalmente encontrassem uma válvula de escape naquele momento, o grand finale de um espetáculo.

Já quase amanhecia quando Celina se levantou da cama e começou a se vestir. Há muito tempo (tempo demais, para ser sincera) que ela não se deitava acompanhada. O corpo todo estava deliciosamente dolorido, e ao que parecia, Logan ainda estava acordado, sem mostrar sinais de cansaço. Mas ela precisava ir. Um carro da agência a iria buscar em breve.

- O que você está fazendo, Cel? - a voz grave pronunciando seu apelido lhe agradou. Era bom ter alguém próximo o suficiente para isso mais uma vez.

- Estou me vestindo, Sherlock. Parece óbvio, não?

Logan suspirou, um pouco irritado e se virou na cama. Ela iria embora assim? Mesmo não sendo lá muito vaidoso, seu orgulho se feria só um pouquinho de achar que tinha sido usado apenas para um alívio momentâneo

- Pensei que você fosse passar a noite.

- Logan, eu passei a noite, é quase de manhã.

- Você entendeu o que eu quis dizer.

Sim, Celina entendia e mesmo se sentindo bem na companhia do detetive, não queria se envolver mais do que o necessário.

Quando ele percebeu que ela estava saindo mesmo, enfiou-se nas calças correndo e a acompanhou até a porta.

- Talvez seja necessário deixar as coisas mais claras entre nós, Logan. - ela disse ao se aproximarem da porta. - Você espera algo mais do que o aspecto físico da nossa relação?

Logan franziu o cenho. Não era dado a devaneios românticos, e apesar de gostar da presença de Celina, sabia que não estava apaixonado.

- Físico é o suficiente pra mim, Cel.

Celina deu um meio sorriso e se dirigiu para a porta.

- Então temos um acordo, detetive. Te vejo daqui a duas semanas, em Windenburg. Tente não ficar muito ansioso.

E então ela saiu para o ar fresco da manhã que se iniciava.

 

Residência Lawford, Windenburg, dias atuais.

Depois do serviço, naquele dia, Arthur combinou com Natalie de finalmente apresentá-la a sua mãe, Ellora.

Ela morava em Windenburg, coincidentemente, perto da Agência. Ele só teria de esperar Natalie no ponto de encontro. Ela se sentia honrada em conhecer uma das mulheres que criou Arthur, mas também estava aflita… Que tipo de sogra a aguardava? Boa? Má? Ou pior, falsa?

Bom, só conhecendo a dita cuja é que ela saberia.

-Então você é a famosa Natalie? Aquela que fez o milagre de desfazer o noivado do meu filho com a futilidade em pessoa? - Ellora perguntou, deixando Natalie meio constrangida, porém feliz.

-Acho que sou eu sim, mas não sabia que o filho da senhora cogitou a possibilidade de casar com a própria futilidade.

-Esqueci de dizer duas coisas: Uma é que eu já fui noivo, e terminei com a Rose no dia que fui ao “Congresso”, então a culpa não é sua, Natalie. Você só me ajudou a não me arrepender. A outra é que a minha mãe pode ser um pouco exagerada com a comunicação verbal. - Arthur se retratou olhando para mãe com reprovação.

O Congresso ocorreu há cerca de 4 meses atrás, lá Natalie e Arthur se conheceram. A programação normal eram apenas quatro dias, porém uma forte nevasca atrapalhou (ou ajudou, depende do ponto de vista) os planos e os prendeu por duas intensas semanas.

-Ah, vai dizer que estou errada? Aposto que essa bela mocinha a qual só conheci agora, te faz muito mais feliz do que aquela outra lá.

-Sim, mãe, isso eu não posso negar. - Arthur respondeu - Mas o voluntariado dos Sims Sem fronteiras em Oasis Springs, como foi?

- Essas coisas nunca são fáceis meu filho, mas posso dizer que ajudei muita gente. Principalmente por causa da Dandara. Mesmo não estando entre nós, ela continua inspirando muita gente.

-Ela era uma mulher incrível mesmo, assim como a senhora também é - disse Arthur, ao notar o pesar nas palavras da mãe.

- Bom, mas ela não iria gostar que lamentássemos a morte dela. Me fale de você meu bem. - Ellora dirigiu toda a sua atenção a moça.

-Eu? Não tenho nada de especial - ela sorriu, tímida.

-Não seja tola, claro que tem. Se não tivesse nada de especial não estaria sentada do lado do bonitão que é o meu filho. - Ellora disse e achou engraçado o fato de Natalie corar quase sempre que Arthur sorria para ela.- De onde você é? Tem trabalho e Família?

- Bom, eu nasci em Brindleton Bay e fui criada pela minha falecida avó, Brianna. Ela faleceu poucas semanas antes do Congresso.

-Imagino que tenha sido difícil.

-Foi bastante, mas ela me deu uma boa educação e foi feliz com o que a vida pôde lhe oferecer. Me ajudou a montar minha modesta Clínica Veterinária em Willow Creek.

- Ah é mesmo?Então temos mais uma médica na família. Última vez que essa casa viu algum animal foi quando Arthur achou o Aithusa. Um cachorro albino. Quando ele sumiu, Artur chorou feito um bebê, e já tinha doze anos.

-Mãe, não precisa dizer esses detalhes - ele sorriu constrangido.

-Detalhes, detalhes. Mas o pior choro foi quando eu cheguei com ele do orfanato. Deixo você adivinhar em qual momento isso aconteceu.

Arthur já havia desistido de tentar calar Ellora. Quando começava a falar da infância do único filho, ninguém era capaz de impedir esta mulher.

-Aposto que foi o primeiro banho! - Disse Natalie, muito convicta da afirmação.

-Isso mesmo minha querida, o primeiro banho dele. Além de bonita é inteligente! Você tinha que ver a cara dele no momento em que o coloquei na banheira. Fugia da água como um gato! - Ellora disse contente e fez Natalie cair na gargalhada. A jovem achava divertido o jeito com que a sogra tratava o marido. Ela não era ruim, afinal.

-Se bem que… Eu tenho gravações desse dia em algum lugar aqui. A SimCloud foi a melhor coisa que já inventaram.

Ellora levantou com o celular na mão, disposta a mostrar o pequeno Arthur emburrado no banho.

-Mãe não acredito que a senhora vai mostrar minha versão bebê pelado para a Natalie.

-Relaxa meu filho, nada que ela já não tenha visto… Agora olha só a cara que ele fez hahahahah.

Natalie achou aquilo tudo muito divertido. Admitia que também achou o constrangimento de Arthur interessante. Ele parecia sempre confiante e inabalável. Mas sua mãe sabia onde atingir.

-Agora a meu filho, eu quero ter um papo de mulher.

-Já sei, minha deixa não é?

-Menino esperto, te eduquei muito bem. Mas Jake, aquele seu amigo de infância passou por aqui mais cedo e disse para você encontrá-lo no Bar “Lhama Gritadora”. Você deve se lembrar que é duas quadras daqui… Foi lá que ele teve a primeira namoradinha…-Ela disse rindo para Natalie.

-Vejo você depois então, Arthur se despediu, ia beijar a esposa mas a mãe não largava a moça.

-Até depois, Art.

-Agora vem cá minha filha, vamos conversar sobre o meu presente de lua de mel atrasada pra você. É tradição das mulheres dessa família darem algum presente para a mais recém casada.

Presente??? Como assim presente? Ela teria que dar um também? Mas veio desprevenida. E agora?

-Ah é mesmo? Arthur nunca comentou comigo nada do tipo. Eu tenho que retribuir a senhora também.

-Ele não comentou porque geralmente isso se faz na despedida de solteira da noiva… Mas como vocês foram rápidos demais, só pude fazer isso agora. E não menina! É um presente para a noiva, sogra velha não entra na lista não.

“o que será que ela vai me dar?”

Depois do belíssimo pôr-do-sol de Windenburg, Ellora finalmente largou Natalie com o famigerado presente. Elas tomaram chá e comeram biscoitos a tarde inteira.

Não que houvesse sido um sacrifício para Natalie, mas ela estava um pouco cansada de ouvir tudo o que pôde sobre a juventude de Arthur. Como por exemplo, os primeiros passos do pequeno bebê loiro, quantas vezes ele foi ao troninho e se sujou no processo… E todas as namoradinha do colegial.

É, Arthur tinha razão ao dizer que a mãe exagerava na comunicação verbal.

Ellora insistiu para que ambos dormissem em sua casa. Arthur iria chegar tarde do “Lhama gritadora” porque não dormir no quarto reformado que era dele quando jovem? A mãe não via problema algum…

No quarto, Natalie abriu a caixinha dourada que Ellora havia lhe entregado. Quando abriu, era um belo conjunto de langerie branca. Realmente não foi algo que ela esperava. Além de ser altamente comunicativa, Ellora parecia bem liberal. Ela ruborizou com a sugestão daquela roupa, mas gostou mesmo não usando roupas de baixo tão elaboradas e até um pouco sexy quanto aquela. O estilo de Natalie sempre foi conforto acima de moda.

Mas até que ela gostou do que viu no espelho. Parece que a sogra era muito observadora para tamanhos. Porque como saberia o tamanho de Natalie se nunca sequer haviam se encontrado antes daquela tarde? Teria um dedo de Arthur nisso? Ela não sabia o que esperar.

-Até que não ficou tão ruim - ela disse para si mesma enquanto o se olhava no espelho.

Arthur nunca foi de noitadas. Enquanto seus colegas beberrões preferiam encher a cara e chorar as noites não dormidas por causa de recém-nascidos, ele preferiu ir para casa.

“Quero saber se a Natalie sobreviveu a uma tarde inteira com a Dona Ellora, do jeito que minha mãe é, deve ter exposto todos os nudes infantis que pôde”. Arthur ponderou, achando graça daquilo tudo.

Quando ele abriu a porta do quarto, se deparou com algo muito peculiar. Natalie, se admirando distraída, de frente para o espelho. Depois de alguns minutos observando a jovem, Arthur anunciou sua presença com um pigarreio.

- Eu não queria atrapalhar esse momento tão bonito. Mas sinto que você merece saber que estou aqui, como um bom admirador das coisas belas.

Ao ouvir o marido, Natalie despertou daquele momento com um susto. Corou até onde era possível de ver.

“Meu prisma o Arthur tá aqui e eu achando que tava sozinha esse tempo todo!”

Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, Arthur a abraçou por trás.

-Então foi por isso que minha mãe quase me desertou de casa… Você está linda. - disse bem baixinho no ouvido de Natalie, provocando arrepios por todo corpo da jovem.

-Ah, achei que você fosse demorar mais um pouquinho… Sua mãe me garantiu que suas saídas com seus amigos eram demoradas. - Ela disse, vermelha.

-Eu costumava demorar quando eu namorava a Rose, mas já que isso não acontece mais…

-Vim pra casa, aqui é mais quente. - Disse Arthur, com um sorrisinho nos lábios… O loiro tocou o rosto de Natalie, ele gostava de sentir a pele macia em suas mãos.

-Arthur, estamos na casa da sua mãe, seria muito esquisito se fizéssemos isso aqui…

-Você acha mesmo que minha mãe te deu essa roupa sem pensar que podia acontecer sob o teto dela? A conheceu hoje, mas acredite em mim, se duvidar fez tudo isso de caso pensado.

-Ah, mesmo assim, vai que ela abre a porta ou algo do…

Arthur interrompeu a frase de Natalie e colou seus lábios nos dela. Nesse instante, a mesma sensação de ondas pulsantes de calor, começando pela boca e irradiando até as pontas dos pés, tomou conta da jovem. Então, Arthur a relembrou que não existiam meias palavras que pudessem ficar entre os dois.

Algumas horas mais tarde, Arthur e Natalie despertaram de um sono pesado.

-Como que você essa tal de Rose terminaram, se não foi por minha causa… - Natalie perguntou, achava um pouco estranho Arthur nunca sequer ter mencionado a ex. - E por quê nunca me disse nada sobre ela?

-Nunca senti necessidade de falar sobre a Rose. Ela é o contrário de você, é uma socialite que fazia caridade em troca de fama. Pena que demorei três anos pra descobrir. - Ele se lamentou, respirando fundo - Terminamos quando eu fui contá-la sobre o Congresso. Ela não queria que eu fosse pois era na mesma semana de algum evento inútil, queria que eu ficasse para me exibir como sempre fez.

Natalie nunca imaginou Arthur desfilando em eventos da high society, com todo aquele glamour e holofotes apontados para si. Realmente, não é algo que ele faria.

-Ah, fora que ela tinha uma voz fina meio irritante. -Ele disse relembrando que a voz ficava mais fina quando ela chorava eu insistia muito por alguma coisa.

- Minha voz também é fina.

-Mas não é tão irritante assim. - Arthur respondeu e os dois riram, ele apertou o rosto de Natalie com implicância, a mão quase tomava conta do rosto inteiro, de tão grande.

 

Residência Mason, San Myshuno.

-E aí? Irmão? Falou com com ela? Espero que ela tenha aceitado.

-Ah, não deu pra perguntar da proposta hoje - Luke respondeu a irmã meio tristonho.

- Por que não? Você passou o dia inteiro nesse tal trabalho aí, não surgiu nenhuma oportunidade de conversa?

-E por que tu tá com essa cara de sofrimento? - Mandy perguntou, sentando-se na cadeira de frente pra ele- Anda, me conta tudo.

-Ér…Então, aconteceram algumas coisas que me impediram de perguntar à minha tutora da proposta.

-E que coisas seriam essas, Senhor Luke?

-Não posso dizer porque é um trabalho confidencial. Mas digamos que eu ainda tenho que entender esse relatório de uma missão dos anos quarenta e não saí da primeira página.

-Sua tutora não pode te ajudar com isso?

-Ela pode, mas não sabe que eu estou com uma cópia do relatório… Bom, depois do que houve… Quero impressiona-lá sabe como que é?

-Luke o que foi que aconteceu? Você está pegando sua professora outra vez? Já não bastou aquela de canto, que jogou seu microfone do quarto andar? Aquela mulher era louca! - Disse Mandy com a mão na testa, incrédula sobre o comportamento do irmão, ele tinha que controlar os instintos uma vez ou outra!

-Qualé Mandyyyy! Você fala como se fosse algo ruim. Nenhuma delas nunca reclamou das minhas investidas, pelo contrário sempre estavam apitas para mais algumas.

-Luke eu estou preocupada com sua reputação, você já está mal falado nos tabloides de SimCity. Daqui a pouco até em Selvadorada vão te chamar de “Novo Don Lotário”.

-Credo Mandy, não precisa ofender também… -Luke reagiu com uma cara feia.

-Em minha defesa, eu estava querendo fazer isso já faz muito tempo. E aposto meu apartamento que ela queria tanto quanto eu. - Luke apontou para Mandy. De uma coisa ele tinha certeza: Se o maldito telefone não tivesse tocado naquela hora, não ia ser a Celina que impediria qualquer coisa.

-Só podia ter um motivo tão curvilíneo quanto uma mulher pra te fazer encarar esses papéis.

- Nunca pensei que impressionar uma garota ia ser tão difícil...Por quê Oh Grande Prisma? Por quê? - Luke perguntou ao céus, de forma dramática.

-Irmã, ela tem alguma coisa diferente, não sei explicar...Mas eu me sinto mais atraído por ela do que por qualquer outra garota que eu já me relacionei...Aqueles olhos amarelos me hipnotizam! Tenho culpa?

- Se você for expulso desse emprego que eu desconheço as origens, tem sim. Cuidado pra não ser flagrado pelo chefe, não seria a primeira vez que isso acontece. - Mandy respondeu se lembrando de vários casos de camarins flagrados...Ai ai, esse Luke não tinha jeito mesmo.

-Mas pelo menos você não está fazendo nada ilegal. Eu entendo alguma coisa de relatórios, tenho que fazer muitos científicos lá no laboratório da faculdade. Talvez eu possa te ajudar.

-Eu ficaria muito grato! Tem muitas palavras difíceis, quem fala “Incomensurável”? Coisa de louco!

-Muita gente fora do show business fala, irmão. Você se surpreenderia com o vocabulário dos cientistas. - Disse ela, relembrando dos inúmeros jargões que usava frequentemente. - Mas você tem que me prometer que vai falar com ela da proposta e um dia me apresentar, se isso se tornar sério!

-Claro, claro, por onde começamos então?

 

No próximo capítulo...

Créditos:

Criadora da pose incrível e dos goblins é a Hortência Alves. Muito obrigada por contribuir também com seu maravilhoso trabalho de pose maker pra narrativa :)


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