Capítulo 1 - Um estranho incidente
Celina odiava servir de babá alheia, mas o que a ambição de subir logo no cargo não faria? Ela ainda estava em treinamento de campo, se conseguisse completar essa missão seria efetivada como agente secreta e logo estaria entre as pessoas mais influentes da A. G. A. , também conhecida por Inteligência...Esse era seu maior objetivo.
A música até que não era ruim, o problema mesmo eram as pessoas se esbarrando na pista de dança e o modo como olhavam para alguém do - sexo oposto, ou não - como um leão à caça. Alex, seu superior, havia sido bem claro quanto ao modo de agir nessa missão. Celina deveria ficar à paisana, se passando por uma pessoa qualquer que têm vida noturna. Enquanto a protegida da vez, Tindra Petrovitch, filha de alguém rico e importante para a Inteligência, se divertia na casa noturna de uma cidade estrangeira.
- Um Ridgeport, por favor - Pediu Celina, enquanto se sentava no bar, mas sem tirar os olhos de Tindra. - Saindo - Disse a barista. Quando Celina deu o primeiro gole, alguém aproximou-se e sentou na cadeira ao lado. Ela implorou mentalmente, pra quem quer que fosse, não puxar assunto com ela... Mas era tarde de mais.
- Gostei do colar - Disse o estranho que Celina nem se deu o trabalho de olhar, sua missão ali era mais importante do que azarações momentâneas. - Obrigada - Ela respondeu, fria.
- Sou Luke - O rapaz estendeu a mão para apertar a mão de Celina, mas ela ignorou, pois o feitiço de monitoramento que Celina havia posto no local, alguns dias antes havia detectado algo diferente. O corpo dela se tensionou e ela sentiu algo diferente no ar. - Quem é você mesmo?
-Luke Mason - ela acenou com a cabeça, mas não disse seu nome, primeira regra de um agente secreto era não revelar seu nome.
- Eu estava do outro lado da pista, quando vi você entrar e pensei em te propor uma aposta.
-Aposta? - Ela não entendeu na hora o que ele queria mas o deixou falar.
- Sim...Aposto 50 pratas que te dou um beijo sem nem mesmo encostar em seus lábios.
Ela poderia dar um tapa nele, um chute, ou simplesmente sair andando, porém, ela se sentiu desafiada e resolveu ver até onde ele estava disposto a ir. Além do mais, Celina nunca havia escutado uma cantada assim...
-Fechado- ela disse, com um olhar de quem quer ser surpreendido.
Os dois se levantaram depois de Luke colocar 50 pratas no balcão.Ele era muito atraente, ela tinha que admitir, por um momento ela se perdeu nos olhos verdes muito belos de Luke; que se inclinou para frente e colou seus lábios nos dela, lentamente.
- Valeu a pena perder 50 pratas. - Ele disse baixo.
Muito esperto, pensou Celina. Por mais simples que tinha sido, foi genial e Celina tinha que admitir para si mesma que jamais pensaria em tentar algo assim com alguém.
Então, uma bomba atravessou o balcão do barista, bateu na parede e caiu no chão. O primeiro impulso de Celina foi se jogar em cima de Luke para ambos caírem no chão.
- Cuidado! - ela disse, ao se jogar em cima de Luke.
Foi tudo muito rápido, logo a bomba explodiu gás e ela não se deixou envolver, levantou atrás de Tindra, afinal, ela era sua missão, não o salvamento de um beijoquero esperto... por mais atraentes que fossem.
- Desculpe, eu tenho que ir. - Celina disse e saiu apressada, deixando Luke para trás, ela se amaldiçoou mentalmente se algo acontecesse com Tindra.
- Espera - Ele ainda tentou alcançá-la - Você esqueceu o dinheiro! - Mas, ela já havia desaparecido na multidão da pista. Além disso, ele ouviu alguém gritar seu nome e a multidão de fãs logo se acumulou e o impediu de passar.
- Olhem, é o Luke Mason!
Luke se impressionou com a diferença dos fãs em relação à bomba de gás, bom, ele estava vivo e não se incomodava nem um pouco com os paparicos dos fãs.
Felizmente, Tindra havia se escondido embaixo da escada e logo foi avistada por Celina, que ainda tentava entender o que estava acontecendo.
- Você está bem? Entendeu o que aconteceu? Alguém a machucou?
- Não, assim que vi a bomba de gás, me escondi para te esperar - A garota disse soluçando.
- Vejo que está aflita, melhor irmos logo.
Sua experiência de agente secreta, somada à 400 anos de habilidades de feiticeira, a fizeram pegar Tindra num impulso e levá - lá para a Inteligência o mais rápido possível.
Na agência, Tindra foi pra o ambulatório, depois de ter trocado algumas palavras com Alex.
- Quem fez isso? - Cedo pra dizer ao certo - Acho que eu mereço saber, não Alex? - Indagou Celina, e ele a olhou com um tom de reprovação. - Merece, porém, ainda é cedo pra dizer, já que o alvo não era Tindra. E quem fez isso, não era humano. - Celina se lembrou da sensação que teve na boate. Então, ela estava certa, não era um humano.
- Sua missão com Tindra está encerrada, mas isso não significa que está dispensada, você deve especular com o Conselho o que realmente houve... Mas antes, fale com o clã de vampiros locais. Os anciãos devem saber de algo.
Celina acenou com a cabeça e saiu em direção a porta, esperou um pouco, pois acreditava que Alex iria falar algo sobre a promoção, porém, nada. Isso poderia a deixar furiosa, porém a curiosidade era maior.
Enquanto isso, Luke tentava entender três coisas...Por que uma mulher se jogou em cima dele depois de ter a beijado, mas não do jeito que ele imaginava, por que ela tinha salvado sua vida e como ela não reconheceu o astro da comédia mais famoso da atualidade?
Ele não conseguia esquecer os olhos cor de âmbar da estranha...Precisava encontrá-la de novo, para sanar tais dúvidas.
Continua...